sexta-feira, 18 de janeiro de 2019





















descoberta > new life | depeche mode

aprendi da pior forma... aprendi sozinho.
pois, eu sei... sou provavelmente de outra geração...
tal e qual como a iniciação sexual... 
aprendia-se da pior forma... sobretudo pela desinformação e mitos...
aprendia-se assim em solitário...
não havia informação alguma disponível... nenhuma...
era inclusive tema tabu... 
apenas se ouvia da boca dos que se vangloriavam...

não havia noção nenhuma... pistas algumas.
era tudo às cegas... guiados apenas pelo instinto... e pela oportunidade...
era sobretudo tudo estranho... desconhecido... porque novo...
pensando melhor era mesmo assustador... e engraçado.
como é que uma coisa tão simples e natural, podia-se transformar em algo tão desconhecido e assustador... 
e verdade seja dita... tão atabalhoada... 
como é que uma partilha pode ser tão trapalhona...
como é que uma descoberta pode ser tão assustadora...

e hoje ao fazer essa revisitação... acho... que nem tudo correu... mal.
podia ter sido melhor... mas não foi assustador... foi... tornou-se rapidamente natural...
num processo às escuras... que tudo tinha para poder correr mal...
e ser castrante... 
e essa nuvem que pairava e paira sobre nós em determinados momentos...
essa cortina desvaneceu-se... e surgiu um mundo novo e inebriante...
que nunca mais parou de me surpreender...

como nessas descobertas entusiásticas de juventude... 
em que tudo é novo e desconhecido...
inacessível, logo desejável... 
como quando se desfolheia um livro que à muito se desejava ter lido...
um disco que se retira da sua capa, e cuidadosamente se ouve pela primeira vez...
a ânsia... esse desejo... a alegria que tudo preenche...
tal e qual como a falta de coragem que nos impede de aproximar daquela colega de liceu que todos pretendem convidar...
e a esta distância assusta sequer pensar... em falar...

aprendi sozinho. 
aprendi da pior forma. 



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