sexta-feira, 23 de setembro de 2022

sirenes > ambulance chasers | wire


 







sirenes > ambulance chasers | wire


vou sentir saudades...
claro que vou sentir saudades... por muito estranho que possa parecer.
habituei-me... por mais difícil que seja, o certo é que me habituei...

claro que vou sentir saudades, mentiria se dissesse o contrário...
agora, sempre que aqui estou sentado na sala... e passam as ambulâncias em catadupa... a caminho do hospital de são josé... imediatamente, e por muito incómodo que possa parecer... dou comigo a pensar, que mesmo esta contínua e ruidosa rotina que se foi instalando  e tornando familiar... me irá fazer falta.
é estranho. eu sei.
mas assim só, apercebendo-me que estou prestes a perder mais este ritual que comigo convive há tantos anos... e sinceramente já começo a ter saudades... de o ir perder.

este boliço, nesta movimentada avenida... o contínuo movimento... mesmo o perpétuo ruído...
são-me agora familiares... constituem igualmente parte da habitação.
tornaram-se rotina familiar... 
por muito que por vezes custe e não goste da aflição desse crepitar das sirenes de tantas ambulâncias... e da sua urgência... 

mas sei já...
que vou sentir saudades...

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

à semelhança > themes for grind | will sergeant


 











à semelhança > themes for grind | will sergeant


ele não há coincidências...
ou haverá... interrogo-me eu...
esta semana tenho dedicado algum tempo caseiro a ouvir... coisas que há muito não dedicava atenção alguma. nenhuma, mesmo.
e por vezes somos e saímos surpreendidos... positivamente surpreendidos.
passei os olhos pelo themes for grind do will sergeant... e decidi-me a ouvi-lo... porque não, pensei.
fiquei agradavelmente surpreso... o disco é anormalmente bom... e sobretudo envelheceu muito melhor do que os registos dos echo & the bunnymen...

e tenho-me deliciado ao repetidamente o escutar... e a cada nova audição, a surpresa é sempre mais agradável...
o will sergeant é um bunnyman que certamente ouviu os seus contemporâneos mais marginais... essa franja onde habitam os cabaret voltaire... os coil... mesmo em alguns momentos os virgin prunes...
e porque não dizê-lo... por aqui navegam todos os fantasmas e momentos dessa elecytónica que se criou ao longo da década de oitenta e tantas bandas gerou... e consolidou.

agradável surpresa esta deste experimentalismo... tão distante de tudo o que os bunnymen construíram...  
e nem é assim tão legível que estejamos a falar do guitarrista dos echo & the bunnymen... aproxima-se este registo mais de uma narrativa cinematográfica independente e austéra... onde habita um radicalismo que nunca se ensaiou em qualquer registo construído com o ian mcculloch... talvez por este ser muito mais pop e orelhudo... 
e quem sabe... ter a mania que é bom... 
o que a adivinhar por registos como este themes for grind... nem sequer é verdadeiramente, verdade...

e ainda não totalmente satisfeito com este redescoberta... eis que ao passar numa discoteca por rotina... descubro o bunnyman... o livro do will sergeant... que logo adquiri... e avidamente toda a escrita irei sorver...

agora digam lá... não há coincidências mesmo...


terça-feira, 13 de setembro de 2022

10 de setembro > voices | roger eno




















10 de setembro > voices | roger eno


não, não me esqueci.
simplesmente adiei. 
obviamente que recordei a data.
dia dez de setembro, desta vez foi uma segunda-feira.

não, não me esqueci. como poderia fazê-lo?
desde o primeiro dia de setembro que tenho estado a ouvir ciclicamente o september do david sylvian... a que retorno e se tornou tradição do dia 1... que todos os anos repito... 
september's here again... evoca o lamento do david sylvian...

the sun shines high above
the sounds of laughter
the birds swoop down upon
the crosses of old grey churches
we say that we're in love
while secretly wishing for rain
sipping Coke and playing games
september's here again
september's here again
e não... não esqueci.
simplesmente adiei.
para ficares em paz com o disco que te dedico e tanto transparece de ti...
voices do roger eno... e esta melancolia e serenidade que sempre tanto te caracterizou.

desculpa, quase esquecia...
parabéns!