sexta-feira, 18 de setembro de 2015























caem lá todos > press reset | tim bowness




pronto, é sempre assim.
acabam por lá cair sempre todos.
e desta vez não é excepção...
se bem... que seja uma surpresa... pelo menos para mim...
ele já havia anunciado... já havia ameaçado...
provavelmente eu estaria distraído...
basta escutar o penúltimo disco...o abandoned dancehall dreams...
sim, já já estavam as referências...
já que as influências sempre existiram... e o tim bowness nunca as negou...
mas eu não reparei... deveria estar distraído...
e na verdade até já se anunciavam... os king crimson... o richard barbieri...
faltavam, digo eu... o david sylvian... o peter hammill...
na verdade o steven wilson agora até faz capa de revistas de música enfadonha e progressiva...
como é que eu não iria adivinhar... mas, não.
agora com este novo registo que literalmente me caiu nas mãos... stupid fhings that mean the world... fez-se luz...
por ali habitam... o phil manzanera dos roxy music... e o peter hammill, entre outros...
e a música... sofreu... com tamanhas personalidades...
e é agora pior... porque monumental... épica, mesmo.
e sofreu... obviamente sofreu com as influências... dos "mestres"...
e tornou-se antipaticamente grandiosa... como todos os registos dos anos 70... no que todos os registos dos anos se haveriam de tornar... saloiamente épicos... monumentais mesmo...
porventura oiça-se... genesis... rick wakeman... e todos os sucedâneos que me vou inibir de dizer... para não ficar ainda mais mal disposto...
e o tim bowness demorou... mas não resistiu...
acabou por se vergar aos seus mentores... 
e quem pagou a factura foi a sua música... que perdeu... sensibilidade... eficácia... e todo o despojo que elegantemente a revestia...
agora há lugar a quartetos de cordas... moogs... mellotrons...
esta grandiosidade assenta-lhe mal...
e o problema é que até graficamente a coisa foi atrás...
estamos agora perante capas de discos... dos anos 70... quais genesis... jethro tull... gentle giant ou yes... com motivos clássicos... embebidos de um imaginário fantástico... e retrógrado... 
até aqui o roger dean batia aos pontos este "artista" de seu nome jarrod gosling... músico menor que deveria estar quieto no que diz respeito a actividades gráficas... 
porventura... não se oiça... esta fase de uma obra muito digna...
e sobretudo não se veja, esta fase menos digna... 
porque efectivamente acabam por lá cair todos...



quarta-feira, 16 de setembro de 2015















e porque não > search party | julian cope


porque não, interrogar-se-ão os mais desatentos.
porquê o julian cope, aqui... agora aqui...
e porque não... pergunto eu.
autor de uma vasta obra... com relevância...
sim, eu sei... tem discos inaudíveis... esquizóides... textos estranhos...desconexos mesmo... carregados de ácido... seguramente compostos de ácidos...
mas tem igualmente melodias ao alcance de poucos...
senão oiça-se... search party... head hang low... me singing... para citar apenas algumas...
isto para não ir mais atrás... aos teardrop explodes...
e acabar de ver com os indecisos e os detratores...
o que dizer então de... the culture bunker... tiny children... ...and the fighting takes over... e the great dominions...
pois, já se calaram... sim, eu sei... nunca tinham imaginado... que este freak... pudesse compor músicas deste calibre...
enganem-se... 
em quase todos os discos existem melodias... inesperadas... por vezes até irresistíveis...
o que pensar, por exemplo de... safesurfer... ou fear loves this place...
assim sendo... volto a perguntar...
porque não o julian cope agora, aqui...

terça-feira, 15 de setembro de 2015















daltonismo > all my colours | echo and the bunnymen



estava a ler aquele livro onde a rapariga de repente perguntava...
és daltónico?
quanto chegue... respondi-lhe, e continuei a atravessar a estrada...

podia ser assim... podia ter começado assim, deste modo.
podia começar assim, para simplesmente falar dos echo and the bunnymen...
e de all my colours...
confesso, hesitei.
é que o all my colours vem de um disco tão bom... tão homogéneo...
pensei inicialmente em falar de no dark things... ou obviamente de over the wall... simplesmente uma das melhores canções de sempre... pela pujança... pela integridade... pela força...
e porque não show of strength... igualmente um portento de força plena...
mas não.
à última hora optei por all my colours... sobretudo pelas suas versões ao vivo... aqui rebaptizado zimbo...
existe uma versão no shine so hard... que se superioriza à versão de estúdio... em tudo o que isso possa significar... e que contou com a percussão dos burundi boys...
acho que foi isso, sobretudo isso...
a diversidade de versões... todas muito competentes... e surpreendentes...
sim, foi por isso mesmo.
foi por isso que elegi o all my colours dos echo and the bunnymen... 
e porque como no início referi, provavelmente de daltónicos... todos temos um pouco...
como poderia ter sido qualquer outra boa melodia... igualmente colorida.





















e o verão chega ao fim > twisted tenderness | electronic



agora é definitivo, é real.
o verão chega ao fim...
caem as primeiras chuvas... o ar arrefeceu...
seguem-se dias sombrios, onde o sol tarda a aparecer...
e também aqui as músicas mudam... pela constante alteração do tempo...
ou será que deveria ter dito clima?...
a electrónica fica assim como que... afastada...
desses espaços ao ar livre... em fins de tarde... noites dentro...
e tudo se contrai... e fecha... tornando tudo mais intimista...
e os sons retraem-se... abandonando essa alegria própria desse calor...
e melancólicos preenchem todo o espaço... vazio de uma casa.
encerra-se mais um ciclo... desta vez com o twisted tendeness dos electronic...
como poderia ser com qualquer outra melodia animada... própria de um tempo que agora mesmo termina.
e esse deleite... jovial... abre caminho a um novo momento... cinzento... ventoso... nebuloso...
e as músicas mudam também com as estações...
e essa alegria contagiante que parecia durar para sempre... abruptamente esvai-se... e tudo se silencia...
não há palavras que expliquem eu ver das árvores e das folhas... a queda...


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

















é pecado, é pecado > smiler at 50 | tim bowness


é pecado, confesso.
e estou aqui para me redimir.
para me retratar. pedindo perdão.
é pecado, é pecado... nunca aqui ter falado de tim bowness... ou do thomas feiner...
simplesmente, não sei... não foi por falta de tempo... 
peço desculpa... mas omiti... simplesmente esqueci...
e quando se fala de tim bowness... fala-se acima de tudo de no-man...
da mesma maneira que quando se fala de thomas feiner... obviamente que estamos a falar dos anywhen...
mas como foi possível... como fui esquecer...
músicas destas não se esquecem... não se omitem...
existem sempre.
pela sua força... pela sua plenitude... pela sua tranquilidade até...
retrato-me agora... e penitencio-me.
oiço ininterruptamente smiler at 50... um tim bowness surpreendente... porque inesperado.
a melodia até tudo recorda... de familiar... 
apenas a força... a pujança é inusitada... não é usual.
não que soe mal... de todo... forte e melancólica... muito no-man se é que me faço entender...
e agora que tudo termina... e recomeça... questiono-me outra vez...
como é que me fui esquecer...

quinta-feira, 10 de setembro de 2015


















perguntem aos slowdive > yesterday | slowdive


não sei se posso... ou devo.
mesmo assim, ouso perguntar...
já alguém ouviu falar dos slowdive?...
já alguém reparou que os slowdive estão de regresso... aí de novo...
eles estão novamente juntos desde o ano passado... e têm andado em digressão...
juntos novamente... mas ignoro... se a criar novas melodias...
o que pensando bem... se calhar nem são bem-vindas...
o passado é tão bom... tão perto de perfeito... que qualquer nova interferência...
poderá deitar tudo a perder...
se bem que... verdade seja dita... eles nunca fizeram nada mal... nunca, nada mesmo mal... ou menor...
existe, creio... até um disco "fantasma" I saw the sun... belíssimo por sinal.
se fosse na senda de músicas assim... ou as "perdidas" e esquecidas das sessões de gravação aquando de pygmalion... reconsideraria...
porque existe uma estranha comunhão entre todas estas melodias... e uma serenidade... assustadora.
discos assim, avassaladores serão sempre bem-vindos...
e não sei se devo, ou posso mesmo perguntar...
mas já alguém ouviu falar dos slowdive?...
















uma música só > england's always better (as you're pulling away) | piano magic



a saudade incomoda... porque tudo altera.
e porque também aqui de fala de saudade... de distância...
e na distância... de um provável regresso...
o que fará as pessoas sentirem-se em casa?...
o que fará as pessoas sentirem-se longe de casa?...
o que nos demonstra o sossego... a tranquilidade...
esse mesmo à vontade que apenas se experimenta... essa serenidade que nos faz estar... e ficar... assim só... em casa.
em companhia. por vezes até nessa companhia compulsiva...
como agora... onde indistintamente oiço... should not dare... david sylvian...
wherever there is light... no-man...
england's always better (as you're pulling away)... piano magic...
e invariavelmente regresso a essa serenidade que toda a casa invade...
na improbabilidade do david sylvian em where's your gravity?...
como poderia ser outra qualquer... 
simplesmente porque a saudade apoquenta... e aguarda.



















regresso a casa > tell me about the forest | dead can dance



é uma nostalgia.
uma tristeza imensa. um vazio mesmo.
como quando parte alguém... que não queremos ver partir.
o afastamento. sobretudo a distância.
tudo concorre para uma inércia, um vazio profundo.
uma melancolia que se instala... como uma bruma, um nevoeiro que vem para ficar...
na hora de partir... dói, dói tudo.
sobretudo o desconforto que se sente... desconcertante...
e sofre-se antecipadamente...
anseia-se o regresso... que não a partida... 
e é esse sentimento que invade esta melodia que agora mesmo oiço...
tell me about the forest... dos dead can dance.
e associo essa mesma melodia a uma serenidade que se experimenta...
sempre que se regressa a casa...

terça-feira, 8 de setembro de 2015





















o espírito mantêm-se > fallen not broken | the wolfgang press


não consigo.
por mais que tente. não me consigo afastar destes energúmenos.
sim, é dos the wolfgang press que estou a falar.
desde o princípio, desde sempre... desde que os recordo naquele video do cut the tree...
que não os consigo imaginar de outro modo... energúmenos mesmo.
aquela imagem do michael allen a andar de cavalo... ao contrário...
a casa... o cavalo mesmo... mas sobretudo o som... e a casa e a cama... e a água...
ficaram coladas... impressas na minha memória... e desde todos os discos... essa melodia que afinal apenas consta na compilação lonely is an eyesore... definiu toda a sua postura.
que no fundo foi sempre essa mesmo. basta ver as fotos da banda... ou o video de kansas...
fosse na primeira encarnação... mass de seu nome... na segunda... rema-rema... os wolfgang press sempre foram genuínos... fiéis a si próprios...
mesmo agora os geniuser são uns descendentes felizes... incapazes de os deixar ficar mal vistos.
os wolfgang press sempre produziram melodias que gravitavam na proximidade de uns magazine... embora carregada de um soul... uma alma estranha que os entranhou... e lhes moldou a carreira...
o que são os wolfgang press sem um coro de cantoras negras...
tal e qual os magazine em certos momentos musicais... roçaram essa mesma vertente.
mas os wolfgang press sempre a seguiram...
e essa é a sua matriz.






















chamemos as coisas pelos nomes > the days | the names


sempre existiu, sempre.
essa discrição. com os the names foi sempre assim, desde sempre.
e não era agora que iriam mudar. até porque já era demasiado tarde.
tão poucos discos em tanto tempo...
até parece existir agora, uma super produção...
tanta agitação... tanto frenesim... saiu um disco novo agora... e tão perto do anterior...
dista apenas seis... seis ouviram bem... 6 anos desde que publicaram o monsters next door... e já de seguida... agora mesmo este stranger than you...
e espantem-se existe apenas um hiato de seis anos entre ambos... e isso nos names é um assombro. parece que foi ontem, tal o nível de produção...
e espanto-me eu também... é que são ambos bons... este melhor do que aquele, o anterior.
e pelo meio fica ainda uma espécie de compilação... um best of de seu nome in time...
e isso para os names é extraordinário... excepcional mesmo.
ou não estejamos nós a falar de uma banda que em trinta e seis anos nos brindou com três albúns... quatro singles e duas compilações...
e sim, existe uma cassette de 1985... postcard views... que de original nada tem...
mas retomemos o nosso caminho, o nosso raciocínio...
este novo disco stranger than you... é um disco bom.
é sobretudo um disco dos names. em tudo o que isso possa significar...
e assim sendo é também um disco intemporal... porque deslocado do seu tempo, no seu tempo...
é que, creio, os names nunca se preocuparam muito com modas... êxitos... tabelas e sucesso...
desde o swimming datado de 1982, que o som tem sido sempre assim. sereno... dócil até, introspectivo e autista mesmo...
concentremo-nos pois diferentes... nessa mesma indiferença.