segunda-feira, 18 de setembro de 2023

é por isso > new direction | echo & the bunnymen













é por isso > new direction  | echo & the bunnymen


é por isso... é também por isso...
é sobretudo por isso.
é sobretudo por isso que os echo & the bunnymen deixaram de ter interesse.
deixaram de ser interessantes.

os 3 primeiros registos são fortes... concisos e homogéneos... 
agregam e congregam em si melodias muito coesas... que atribuem aos registos uma uniformidade e unidade difíceis de igualar.
mas depois surge o ocean rain... e se todos são unânimes em afirmar que é o seu melhor registo e que igualmente contem o killing moon... anunciado como um dos melhores registos de sempre... mas eu, obviamente, discordo.
crocodiles... sobretudo o heaven up here, mas ainda o porcupine... são muito maduros... sente-se uma enorme evolução e consistência... mas, o que se segue... denota inconsistência...
quando no verão de 1983 surge o never stop... single de má memória, dirigido apenas às pistas de dança... a obra dos echo & the bunnymen nunca mais foi a mesma...
nem o surgimento do the killing moon nesse mesmo ano... veio alterar o percurso anteriormente trilhado...
falamos de registos bons mas dispersos... discos pouco consistentes e coerentes... o foco mais no público, menos na autenticidade da música...

a verdadeira certeza surge aquando do registo do álbum homónimo... onde reside o new direction... anónima e cinzenta, nessa transversalidade igualmente cinzenta e pouco personalizada que caracteriza todo esse registo...
nem a presença do ray manzarek... que finalmente dissipava o fantasma dos the doors... e propositadamente se assumiam as influências maiores... (se é que isso era necessário)... igualmente se dissipavam todas as dúvidas...
aqui o registo new direction surge gravado com a tradicional formação da banda... com a bateria sob o comando de pete de freitas... mas pouco interessante como a generalidade do álbum...

no entanto a versão que reside na compilação crystal days... é sublime... e chega a envergonhar o registo do álbum.
apresenta-se como a versão original... e estranhamente integra dois bateristas, sendo que nenhum deles é o pete de freitas...
foi gravada com david palmer e stephen morris na bateria... e esse mesmo facto confere a esta versão uma presença e força adicional... que nunca transparece na versão gravada propositadamente para o álbum... 
e é aqui, creio, que reside a futura agonia dos echo & the bunnymen...
a produção de gil norton... e a percussão de david palmer (clockdva e the the) e stephen morris (joy division e new order) torna o registo muito denso... forte e coeso... enquanto o registo que surge no álbum, gravado obviamente com pete de freitas... surge mais opaco... menos resistente... enfraquecido e anónimo...

assim sendo, os echo & the bunnymen consolidaram-se nos registos e melodias mais precárias e menos personalizadas... pretensamente na busca de um facilitismo que nunca reinou nos seus três primeiros registos... e que obviamente marcaram o seu percurso. a partir daí.
é assim, sobretudo por isso que se tornaram pouco interessantes... ainda que não totalmente desinteressantes...

é por isso... 
é sobretudo por isso.