terça-feira, 30 de outubro de 2018



no começo > mea culpa | eno+byrne

é de noite que faço as perguntas. a mim mesmo.
assim só, quando me vou deitar. 
e faço essa espécie de brainstroming diário. onde revejo. onde me revejo...
começo este texto com uma certeza. uma única certeza.
uma possibilidade.
a possibilidade de usar todas as palavras. todas. todas as palavras. inventar mesmo palavras.
poder inventar mesmo palavras. que me ajudem e auxiliem, a esclarecer.
a esclarecer-vos. logo esclarecendo-me.
e é essa certeza que me impele. a continuar. a continuar a escrever.

uma coisa que é ou se torna singular.
uma imagem. um aglutinar de imagens. um filme.
uma música, um objecto. um projecto.
que tem na sua génese algo novo. diverso e diferente. onde algo ou tudo muda. porque questiona.
interroga e incomoda o estabelecido. por vezes apenas no preconceito. e que obriga a reflectir, a repensar.
bem, deixem-se disso...
deixo-me disso.
vou ficar a ouvir assim só... mea culpa... eno + byrne...

segunda-feira, 29 de outubro de 2018





















embuste, engano... logro mesmo > maximum acceleration | ultravox


a saudade não vale a pena.
de todo.
é um embuste... uma fraude. 
a saudade serve, de nada... apenas atormenta...
incomoda e sacrifica.
a saudade sufoca, sobretudo sufoca.
e nada devolve... porque nada resolve.
nada trás de volta... apenas o sofrimento... e a memória.
e essa melancolia tudo compromete e condiciona...
atormenta e destrói... sobretudo limita... e condiciona...
a saudade não vale de nada... porque nada resolve...
é um engano... um logro...
simplesmente porque permite ter... esperança...


a saudade não vale a pena.
vale nada.
não vale nada, não me vale de nada.
apenas atormenta... e nada resolve... tudo revolve e envolve.
mexe sobretudo com as memórias... e nada devolve... porque nada resolve.
devolve-me as pessoas... em memórias...
em tudo remexe e tudo revolve...
devolve-me parte de uma vida, a minha também...
envolve-me com quem tanto quis... e já não quero, porque não posso. não alcanço.
quem parte... fica indisponível... simplesmente inalcansável.
e assim sendo nada devolve... apenas consome... e atormenta.
a saudade de nada serve. 
de nada me serve.
é um logro. um embuste.
uma fraude mesmo.
mesmo.