felt é felt mesmo >  red indians | felt

não sei se já aqui falei dos felt...

não me recordo... mas mesmo que já os tenha referido... nunca é em demasia.

os felt... são... foram sobretudo o génio de lawrence... e demais capangas.

tanto assim que aquele estranho e desconexo registo que dá pelo nome de train above the city... é sobretudo um exercício de free jazz... confesso já em registos anteriores timidamente ensaiado... e que aqui ganha uma dimensão... mas, sobretudo um autismo no universo das suas obras...

existe aqui de tudo... até porventura qualidade... ou não estivéssemos a falar dos felt... mas simplesmente... não é um registo coerente... e coeso, como a restante obra que deixaram...

dez anos... 10 álbuns e 10 singles... não deixa de ser notável esse índice cirúrgico de lawrence... se bem que os registos de maurice deebank sejam igualmente muito sólidos e bons...

deebank abandona os felt apenas após 4 álbuns... todos na cherry red... e quando estes assinam pela creation records... e se tornam mais "moles"... logo, populares...

the world is as soft as lace... como eles mesmo referiam...

é então nesse registo... que os felt por vezes soam a fel... com um sabor muito amargo que deixa muito a desejar...

essa incursão pelo jazz e free jazz... surge estranha e desconexa... basicamente assente no testemunho de martin duffy e gary ainge... com incursões deste último por instrumentais de piano... que não deram consistência e coerência aos registos...

tal e qual as tentativas dos the durutti column de viajarem no universo dos blues... que até não foram mal conseguidas... mas isso é matéria para outras estórias, desta nossa história...

 

acho que me irei lembrar > everyone knows | slowdive

vem aí um novo registo dos slowdive... vem aí um novo disco dos breathless...

neste pós primeira fase da pandémica... pelos vistos muitos músicos decidiram-se a construir novas melodias... novos registos...

e isso desperta-me a curiosidade... aguça o apetite.

porque me interessa.

porque cada registo destas bandas ciclicamente não envergonha o seu percurso e história...

e assim sendo vou, nervosamente aguardar.

como dizia o filme de ontem, noite dentro...   

acho que me vou lembrar de ti... de tudo... mas não tenho a certeza...

um gato é um gato > the love cats | the cure

um gato não é uma pessoa. 

um gato é um animal. está dito.

um gato é um gato. tão simplesmente isso. um animal.

que por vezes nos ilude e tem reacções que parecem humanas... e nos deslumbra confunde.

faz lembrar esses anos... e esse mesmo registo dos the cure...

the love cats...  e porque não, slowdive dos siouxsie & the banshees... até mesmo o never stop dos echo and the bunnymen. culminando no blue monday dos new order.

foram os anos pop mais pop de que há memória... algumas bandas aventurando-se em...  encruzilhadas... de que mais tarde provavelmente se viriam a arrepender...

sem nunca nenhuma deles o ter assumido. 

creio, apenas os new order fizeram disso vida... e fazem...

o blue monday foi a viragem na sua forma de encarar a música... e simplesmente pensar... apenas pensar que quem construíu o in a lonely place... foram os mesmos personagens que idealizaram o the perfect kiss... o shellshock... o tutti frutti... ou esta novidade deselengante...  chamada de be a rebel... creio, está tudo dito... 

e eu... fico tão desconfortável e enjoado que vou terminar por aqui mesmo.

terminei.

10 de setembro | qualquer melodia dos genesis 

10 de setembro!...

chegou rápido... chegou inesperado... este dia. dez de setembro.

dia dez de setembro... nem consigo acreditar...

mas chegou. efectivamente chegou. cumpriu-se.

cumpriram-se cem anos desde o teu nascimento...

não é fantástico?... 

faz hoje precisamente 100 anos desde o teu nascimento... 1920.

ano igualmente complicado... imagino, muito mais complicado...

nesse tempo o combate às pandemias era muito mais difícil... sobretudo porque inoperacional. não existiam os meios que há hoje... mas igualmente também não haveri tanta histeria e influências...

a sociedade era mais partida... acredita esta coisa da globalização apenas veio tornar... as coisas e pessoas mais próximas, sa assim o posso dizer... mas, e isso é assustador... menos pensantes.

se neste ano de 2020 é o que tem estado a ver com este vírus... imagino aquando da denominada gripe espanhola...

mas souberam dar conta do recado... mesmo com tantas debilidades e ausência de informação e conhecimento... isso é o que importa.

imagino que agora se venha a verificar o mesmo...

cem... cem anos de uma existência que predomina através de nós...

e deixa que te diga... tinhas razão.

tinhas toda a razão quando me afirmavas que deveria ter cuidados redobrados... que tudo isto passava muito depressa...

não te dei atenção, não te dei muita... a devida atenção...

tinhas razão. isto é um sopro... que se por um momento nos distraímos... já passou.

10 de setembro... 

dia 10 de setembro... parece que foi ontem...

parabéns pai!

e acompanho esta mesma evocação e memória com qualquer melodia daqueles insuspeitos primeiros registos dos genesis...

tu sabes... eu sei que sabes...

achavas que eu tinha esquecido?...

não pai, essas coisas deliciosas nunca se esquecem...

parabéns pai!