quinta-feira, 9 de novembro de 2017

















vazio > all that matters now | breathless

é assim.
não sei viver sem ti... não consigo...
sequer o imagino.
e, no entanto... é essa a dificuldade com que me deparo.
não imagino... não imaginava tal possível...
era o hábito, creio... mas igualmente a familiaridade... e a rotina.
agora, aqui... neste vazio que se instala... nada consigo ver...
porque nada consigo imaginar...
existe apenas um desejo... apenas esse desejo...
que a vida andasse um dia para trás...
para ser possível emendar... simplesmente para ser possível... 
tudo retratar...
e em sufocante desespero regresso e refugio-me na memória...
de um início distante... e oiço... you can call it yours... breathless...
as memórias têm esse encanto... e esse dissabor.
aliviam e tudo fazer doer.
agora é assim... como em constante perturbação e sofrimento. 
agora é assim... infinitamente diferente... e infinitamente distante.
agora é só assim...

quarta-feira, 1 de novembro de 2017



como no cemitério > i will run from you | cemeteries 


tens essa consciência?...
tens essa consciência, não tens?...
do valor. do significado.
no fundo estás a ouvir o melhor disco do mundo...
exagero à parte... é o melhor disco do mundo... mesmo.
já o the wilderness era bom... era sobretudo promissor.
agora este... barrow... é difícil... impossível resistir-lhe...
ouve-se assim mesmo... em completo loop...
em constante repeat...
os cemeteries... ou antes kyle j. reigle é assim mesmo...
é mesmo assim. calmo, tranquilo, sereno...
já as suas fotografias o haviam revelado...
e essa tranquilidade, essa paz mesmo... é transversal.
atravessa toda a sua obra...
e aqui em barrow é magistral... porque tudo atinge.
e todos toca, digo eu...

tens essa consciência?
tens mesmo essa consciência?...
dessa serenidade... da existência dessa serenidade...
em tudo o que se ouve... e tudo transforma...

e tens essa consciência? tens mesmo?...
de que ninguém os ouve... 
de que ninguém os quer ouvir... sequer ligar ou dar importância...
e tão importantes eles são... para mim apenas.

tens essa consciência, não tens?














nada de novo > de novo os newOrder



é sempre assim...
provavelmente será sempre assim.
quando não há nada de novo. quando já não há nada de novo.
como reza a música dos antecedentes dos newOrder... 
novelty dos Joy Division...
quando a novidade chegar... se é que a novidade chega... vai chegar...
ainda um dia... talvez um dia... alguém, ninguém saberá...

então fique-se... e oiça-se sempre newOrder...
fique a ouvir-se para sempre... 
é que se não nada de novo... 
se a novidade não chega... atinge, perturba e altera... 
então nada valerá a pena... e assim foqueme-nos e fiquemo-nos por aqui... pelos newOrder.










regresso > quiet city | john foxx



que me perdoem tudo e todos os outros...
regresso... regresso sempre aqui.
invariavelmente...
inadvertidamente até.
mas a verdade é que retorno... regresso.
tal como no caso dos magazine... e do howard devoto.
regresso, retorno sempre aqui... ao john foxx...
sempre, desde sempre... desde os primórdios dos ultravox...
sim, deixemo-nos de disparates... deixemo-nos de desculpas...
os ultravox sempre foram acima de tudo isso mesmo... sinónimo de john foxx...
a trilogia deve-lhe a sua personalidade... a sua existência...
e viu-se o que fizeram após a sua saída... a começar pelo vienna...
tornaram tudo mais pop... mais acessível... mais previsível...
perderam esse guia... esse rumo... 
sim, estejam descansados... o próprio john foxx em tempos trilhou esse mesmo caminho...
senão veja-se... escute-se o the golden section... ou o in mysterious ways...
mas... depressa se redimiu... porque simplesmente, parou.
por doze... por doze anos não se lhe ouviu um pio.
e quando regressou... sinceramente já ninguém estava à espera...
regressou em 1997 com esse portento chamado cathedral oceans... reiniciando uma carreira prolífica... que se desdobrou em diversas colaborações... todas elas igualmente boas...
senão oiça-se o shifting city desse mesmo ano de 1997... em colaboração com o louis gordon... ou com o harald budd... ou com o robin guthrie... para citar apenas alguns...
é que sinceramente já cansa... de ser tudo tão bom...
porque já andamos nisto desde 1977...
ou não estou correcto?...










fujam daqui > a southern sky | killing joke


fujam... fujam rápido... depressa...
fujam todos daqui... saiam rápido...
fujam... mas não se assustem.
vou falar dos killing joke...
vou aqui falar dos killing joke...
olhem só essas vossas caras de espanto... queixos à banda.
não façam essas caras de estupefacção... fechem as bocas... não abram tanto os olhos.
como disse... vou apenas falar dos killing joke.
sim, eu sei é insólito... mas também não é motivo para tanto...
e como decidi falar dos killing joke, imaginei que achassem graça, que era mesmo piada... não sei se estão a ver o trocadilho... mas, adiante..

deixem... deixem-me... passo a explicar...
a par com os comsat angels... os psychedelic furs... e até alguns mesmo mais... 
que de momento não recordo...
sempre tive na minha estante de discos de vinil... o night time e o brighter than a thousand suns... desses mesmos killing joke.
bem visto e resumido... os dois discos poderiam ter dado um bom disco. um, digo eu.
bastava para tanto ter seleccionado as melhores músicas de cada um... para se obter um disco... "consistente"...
sim, eu sei... estão a achar tudo isto disparatado... demasiado parvo até...
mas, já que vim até aqui... que continue...
e love of the masses e a southern sky... não sendo tendo sido singles... naturalmente que o podiam ter sido...
porque existe aqui... o fantasma... a qualidade de um fantasma que sobretudo assolou os singles de 12 polegadas dos idos anos 80 do século passado...
e não me refiro à quantidade e proliferação de versões e misturas e remisturas...
e até mesmo dessa febre de edições limitadas...
falo apenas de boas canções. de boas canções. porque o foram.
e não se surpreendam... não se espantem.
foram... são boas canções, sim, porque é de canções mesmo que se trata...
um pouco a piscar o olho à pop... isso eu sei...
mas conseguiram fugir a essa raça... de terem sido eleitas singles... e assim mesmo terem-se desdobrado... em versões e misturas... e remisturas... cujas remix por vezes chegavam quase aos 10 minutos.
mas isso são outros tempos... e outras memórias...
olá blue monday... olá never stop... olá the walk... olá dazzle...entre tantos e todos os fantasmas que por vezes povoam os new order... os the cure... echo & the bunnymen... siouxsie and the banshees... the mighty wah!... e demais... nessa descarada piscadela de olho às pistas de dança...
mas isso são outras memórias... de outros tempos...