terça-feira, 24 de março de 2015















hoje. e só hoje > circus circus | robin guthrie


sei-o agora.
modéstia à parte... sempre o soube.
oiço, tenho o privilégio de ouvir as mais belas melodias... escutando.
um sem número de inabaláveis músicas, se assim lhes posso chamar.
de momento percorro esse disco... fortune... onde repousa circus circus...
robin guthrie num momento... inqualificável... inclassificável...
se a estranheza habitava e alimentava a tranquilidade dos cocteau twins  e tudo impressionava... as melodias de violet indiana... por vezes aproximavam-se de uma pop perigosa e escorregadia...
mas aqui, aqui não.
simplesmente o tempo não conta, já não conta... por que não corre.
parado também ele... a escutar tremenda sintonia... 
apenas pontualmente o harold budd... o john foxx... e poucos mais... talvez até os montgolfier brothers... se lhe tenham aproximado...
peter hammill, quem sabe...
repousa, reside aqui uma serenidade assutadora... porque levemente se parece a... morte.
e é essa tranquilidade que obriga a prosseguir... a nunca desistir...
e a melodia percorre o espaço e o tempo... e afunda...
afuda-se numa estranha grandeza... súbita e silenciosa... que tudo percorre e preenche...
como se de uma sepultura num qualquer cemitério tranquilo se tratasse...
agora sei.
talvez até sempre o soubesse...


















o gabinete ateísta > a secret never told | piano magic



desta vez é pretencioso mesmo.
porque visa um fim. que desde há muito germina.
escuta... ouve só.
não te quero falar do desejo... desse desejo secreto e imutável que existe...
e que preenche os meus dias... as minhas noites...
prefiro falar da ternura que vagueia nesse imaginário...
que apenas pretende aproximar-se... aproximar-te. de mim.
e existe assim um secreto murmúrio... um afecto.

sim, desta vez é pretencioso, mesmo.
porque falar... expor assim os sentimentos não é verdadeiramente fácil...
o próprio tema... assusta... e tudo lembra, relembra...
todas as outras vezes em que de ti me acerquei...
assim só... num silêncio surdo... embalado por essa melodia que coincide...
please be happy... dos breathless... ou até talvez reunion... the xx...
já que ambas sintetizam essa frustante melancolia... esse medo mesmo... não há que ter medo de falar assim.
e desejo.
mas sobretudo ternura... a ternura que invariavelmente preenche o imaginário...
que te carrega... e que neste momento reside e converge nessa melodia... a secret never told... piano magic.
apenas porque segredando-te esse desejo... essa ternura... o murmúrio efectivamente nunca te alcançou...