domingo, 30 de julho de 2017

 

dois para dois, balizas pequenas


lembro-me assim quando era pequeno... novo...
por ser simplesmente jovem... por ter pouca idade...
e jogar à bola... assim só no jardim... com quem... aparecia.
fiz grandes amizades... e reconheci algumas habilidades...
uns para serem guarda-redes... outros defesas acérrimos... como eu... e até alguns potenciais avançados... que não pontas de lança...
e muitos e grandes jogos depois que envolveram... suor... até polícia... e grandes jantaradas...
também desse tempo se fez vida...
e a memória não esquece... 
o tamanho das ondas ao fim da tarde... 
o vento nas árvores altas do jardim...
até mesmo o chafariz de pedra que tantas vezes saciou a sede...
o campo imenso e relvado... onde se jogava iluminado noite dentro...
a própria música que tanto e tudo acompanhou e preencheu...
recordo os new order... os echo & the bunnymen... the cure... as férias nas praias no sul de espanha... os wah heat!... e a música de dança das discotecas... never stop... blue monday... hope... the walk... entre tantas e todas as outras... nesse ano estranho em que todas as bandas desejaram ser uma discoteca... 
mas acima de tudo relembro as idas ao 2001... para descobrir tantos e todos os novos sons... e essa carrinha datsun... ora branca... ora azul escura... onde nos movíamos... e o som que nos acompanhava... nessas cassetes caseiramente gravadas... e onde invariavelmente os ultravox se inscreviam...
e esse portento que na época tanto e tudo preencheu... systems of romance...
slow motion?... ou quiet man...
dislocation... ou maximum acelleration?...
cross fade... just for a moment...
lembro assim quando era novo...








domingo, 16 de julho de 2017


regresso > john wayne | cigarettes after sex


regresso aqui.
regresso em vício... a este vício meigo e macio que me preenche...
ouvir melodias assim é um vício. constante.
imagino... deve ter a ver como o nosso cérebro processa... o som...
como apreende... o que depreende... o que se aprende.
porque melodias assim não cansam... não saturam. antes, tudo enchem... tudo preenchem.
os cigarettes after sex são... tornaram-se assim... sobretudo tornaram-me assim.
viciado nestas melodias simples e intrincadas...
e a voz que tudo preenche e condiciona... e engana.
nesse engodo que não esqueço...
e que apenas... me engana. 

domingo, 9 de julho de 2017




















nostalgia > leave me alone | new order


aprendi isto com alguém.
aprendi isto com o jaime fernandes.
num sereno programa de rádio aos sábados de manhã.
das 11 às 13 horas para ser mais exacto.
era um momento de magia...
calmo e tranquilo... como só a sua voz o conseguia tornar.
estarei a ser injusto... igualmente o antónio sérgio...
mas esse possuía a preciosa e distinta ajuda de ter os seus programas noite dentro...
o que parecendo nada... era na realidade muito.
sempre soube que ouvir rádio era um exercício solitário.
e a solidão da noite muito ajuda.
e dessa ajuda não beneficiava o programa dos sábados de manhã...
de seu nome... aqui rádio silêncio... e acho que o nome diz tudo...
repleto de imagens e estórias que também a mim me contaminaram...porque contagiaram.
e essas histórias eram tão só o pretexto para a música que se lhe seguia...
e por vezes esses interregnos e "separadores" eram tão bons como as músicas onde se inscreviam...
é-me impossível esquecer que foi aí que pela primeira vez ouvi o another reason dos five or six... que tantos e tantos anos demorou até fisicamente chegar a mim...
ou os incontornáveis e omnipresentes the durutti column... recordo a virginia astley... os felt... this mortal coil... entre tantos outros passíveis de nomear...
por lá igualmente passaram os new order e essa belíssima melodia que dá pelo nome de leave me alone...