a pedido > koffee pot | the montgolfier brothers
sit and tell your problems to the window...
canta o roger quigley dos defuntos the montgolfier brothers logo na abertura de koffee pot, essa estranha melodia crepuscular que povoa esse igualmente estranho e inesquecível registo... que todos, mas mesmo todos deveriam escutar,
sim escutar. com toda a atenção... de seu nome all my bad thoughts...
e segredo-vos...
esta hoje é mesmo uma estreia... dado que não costumo proceder assim... simplesmente fazer isto.
esta hoje é mesmo uma estreia... dado que não costumo proceder assim... simplesmente fazer isto.
não costumo escrever a pedido... não gosto... requer algo que não possuo, uma destreza qualquer... que me deixa pouco confortável... fico mesmo desconfortável...
mas a elsa pediu... e eu estranhamente acedi... estou a aceder, dado estar a escrever...
pediu para falar do andré... do andré susano.
mas o que o andré não sabe...
é que ele é um pouco como estas melodias dos the montgolfier brothers... por vezes demasiado ingénuas e melancólicas... que ainda não decidiram contar a estória de uma vida que se vive, mas que invariavelmente vai passando e corre... por vezes, demasiadas vezes não na nossa direcção... e que se gasta e corrói...
não sei se será sonho... ou falta de ambição...
poderá igualmente ser conforto... ou tão simples como isso, resignação.
as pessoas habituam-se a um registo e vivem... segundo essa mera existência... por vezes numa ilusão... dado não quererem confrontar-se com uma qualquer desilusão...
e tudo o que passa e carregam, simplesmente já não conta...
porque a proximidade não permite ver...
quando tudo se torna rotina e nos é demasiado familiar... não deixa ver...
e todas as acções ao nosso redor, são o quotidiano... o nosso.
são por assim dizer, parte da nossa família...
e sobre esses que são a nossa família não costumamos ter dúvidas algumas... nenhumas.
e no entanto não espelham o seu real significado...
passamos a acreditar nas pessoas como sempre as vimos...
e não carregamos já essa lupa que permite diferenciar e distanciar...
precisamos de espaço e distância... para nos permitir realmente ver.
assim só, todos os dias nesta rotina que carrega o nosso quotidiano... não nos é possível distanciar, e aperceber. onde nos encontramos.
e será só nesse momento que o andré fechará o livro que repetidamente lê, com cuidado.
porque esse livro já foi todo lido, por vezes sem se aperceber...
terá de decidir, de se decidir.
ou ele permanecerá ininterruptamente a reler sempre o mesmo livro...
ou sentado ficará com o livro cuidadosamente fechado nas suas mãos.
e um dia partirá, deixando esse mesmo livro encerrado para trás.
ele ainda não sabe da importância desse simples gesto.
de simplesmente fechar o livro que já leu demasiadas vezes... sem se aperceber.
mas um dia também ele terá de decidir se deverá permanecer. ou partir.
desse lugar inóspito e tóxico que vem continuadamente segurando entre as suas mãos... e o alimenta e ilude...