em silêncio > the drowning man | the cure
continuo... continuo a pensar em lugares assim...
como aquele deste último fim de semana.
inóspito... reservado... distante e longe o suficiente...
das coisas... sobretudo das pessoas...
o que se experimenta em lugares assim... o quanto tudo se torna difícil e inacessível de explicar.
viver aqui... viver ali...
o consumo e os despojos...
a hesitação e a certeza...
o etéreo e o fútil...
nestes despojos inúteis de uma guerra contemporânea e urbana...
e o tangível dessa beleza inóspita e inacessível... que existe a momentos...
cuja hospitalidade é toda e nenhuma... nesses rituais ancestrais... que perduram... na palavra de alguém...
e tudo o que se diz... e conta... e inventa...
o ar... a vista que deslumbra até perder de vista...
o silêncio... a vista que se avista até perder de vista...
já não há tempo assim...
já não há lugar a lugares assim.
simplesmente porque tudo se desviou... se desfocou.
não existe um norte.
vive-se em desnorte... em aceleração e solidão...
que não isolamento propositado... que não em comunhão.
vive-se em solidão acompanhado...
vive-se um silêncio desmesurado...
não há lugar a esquecimento... a entorpecimento...
aqui vive-se em pleno... cheio... preenchido mesmo.
aqui o tangível a roça o intangível...
o terreno funde-se com o espiritual... o céu desce à terra...
em lugares assim a vida toca a morte... e existe por essa causa mesmo.
aqui tudo se funde... existe... coexiste e confunde...
porque tudo existe por um momento só... como que parado no tempo...
que não este tempo de agora...
aqui vive-se em pleno... cheio... preenchido mesmo.
aqui o tangível a roça o intangível...
o terreno funde-se com o espiritual... o céu desce à terra...
em lugares assim a vida toca a morte... e existe por essa causa mesmo.
aqui tudo se funde... existe... coexiste e confunde...
porque tudo existe por um momento só... como que parado no tempo...
que não este tempo de agora...
assim sendo afogo-me em silêncio... nesta beleza que tudo rodeia e preenche...