terça-feira, 30 de agosto de 2022

a promessa (por cumprir) > buka | hania rani











a promessa (por cumprir) > buka | hania rani


prometi a mim mesmo.

prometi a mim mesmo... e não estou a cumprir.
estava agendado... estava programado nestas curtas e quentes férias de verão, ler um livro ou dois... sobretudo uma espécie de autobiografia do Marc Chagall... e sinceramente ainda nada se concretizou.  

conceber o inconcebível.
é o que isso mesmo é.
prometermos a nós próprios que iremos fazer e cumprir algo... e depois assim mesmo falharmos perante nós próprios.
parece-me inconcebível demais para ser verdade.
não respeitarmos... sobretudo não nos respeitarmos.

assim só. apenas.
oiço, estupidamente oiço o que sempre oiço...
neste caso buka de hania rani e não me conformo. é tudo bom, é tudo bom demais para ser verdade.
estes sons... estas melodias que são e transformam tudo... tudo transformam, mesmo. pelo menos em mim.

e agora, alguém que me desculpe... 
belisco-me e regresso... tenho de regressar a esta realidade...
destas pessoas duras... estúpidas e desqualificadas com quem trabalho e que diariamente me rodeiam...
voltar a este meu quotidiano pobre e empobrecido... onde ninguém vê... 
mas invariavelmente todos imaginam olhar e mirar esse pequeno ponto distante e fixo... e um dia também conseguir ver...

a semelhança > demolitions | future conditional




a semelhança > demolitions | future conditional


posso chamar-lhe semelhança. singularidade.
singularidade não. similitude sim.
existe na obra dos future conditional uma semelhança... com outros tempos.
o glen johnson não só não o nega... mas como o admite. 
aliás refere a existência dos future conditional como uma banda de reproduções, se lhe posso chamar assim... de bandas e músicas dos anos oitenta que lhe serviram de inspiração, assim sendo de base. se não fosse esse o seu intuito, os future conditional não existiriam.

e se constróis algo alicerçado em coisas que conheces e reconheces... as semelhanças serão óbvias.
seja da electrónica dos new order... na popularidade dos depeche mode e quejandos... ou tão simplesmente na melancolia dos echo & the bunnymen... teardrop explodes... joy division... section 25 e tantos e todos os outros que eu reconheço e o glen johnson provavelmente tão bem conhece...
enquanto memória e até talvez quem sabe... homenagem, parece-me bem... tem reconhecida e óbvia qualidade... soa a piano magic... mas igualmente a trembling blue stars... e carrega todos os fantasmas da sarah records... com especial enfoque para esses eternos ignorados the wake...

posso dizer que os future conditional constroem e escrevem melodias... como tantas outras que já foram escritas... e essa similaridade faz deles igualmente uma banda com parecenças obste os 40 anos que distam entre estas melodias... 

será semelhança?
ou simples memória...

conceber o inconcebível > approaching silence | david sylvian




conceber o inconcebível > approaching silence | david sylvian

será que vocês não se fartam dos vossos dias? 
das vossas vidas, dos vossos empregos? das pessoas que vos rodeiam?
nem que seja por uma vez apenas nas vossas vidas?
uma vez apenas? nem uma só vez?
será que sou apenas eu, só e apenas eu? 
que me farto. que fico farto.
que estou tão farto...

que estou saturado desta gente mesquinha e monótona...
vazio e inóqua... que invariavelmente preenche e atormenta os nossos dias...
previsível e automatizada... fria e insensível aos pequenos detalhes...
pouco dada e dedicada a escutar... 
que vibra com as coisas necessariamente mais estúpidas, óbvias e populares deste mundo...
mas que sobretudo não racíocina.

e isso para mim é mortal. porque é fundamental.
não existe coisa mais estúpida do que um chefe que põe e dispõe acerca de assuntos... que nunca soube ou sabe fazer...
que nunca sequer teve a curiosidade de tentar... e digo isso mesmo. apenas tentar.
já nem refiro ou afirmo, concretizar.
não, apenas tentar.
e obviamente falhar. e tentar novamente. e falhar.
e tentar. e falhar novamente, mas falhar melhor...

como é possível mandar executar uma tarefa que nunca antes se executou?
como se pede ou dá uma ordem... acerca de algo que totalmente se desconhece...
pergunto eu...
será que sou apenas eu...
ou será que vocês também, nem que seja por um minuto de um dia apenas... se fartam e pensam... que também vocês estão fartos desses vossos dias e desses vossos empregos cinzentos...
e dessas hierarquias estúpidas que invariavelmente entopem e corroem a generalidade das empresas...
e tornam os nossos dias mais complicados e impedem de evoluir... e avançar...

será que sou só e apenas eu?
será que vocês não se fartam dos vossos dias? 




quinta-feira, 11 de agosto de 2022

suicídio comercial? > every road leads home | breathless













suicídio comercial? > every road leads home | breathless 


já perceberam?
já perceberam, não já?...

estou entusiasmado com o novo registo dos breathless.
é invariavelmente bom. os breathless não se dão ao luxo de produzir lixo.
este novo e surpreendente disco... dado que não era de todo aguardado, ainda para mais na sequência do surgimento do recente álbum dos starlight assembly...
tanta música em tão pouco tempo é invulgar no dominic appleton... normalmente pouco dado a ser muito... tão prolífico e exponencial.
claro que não havia de quebrar a regra de ouro... e o novo registo sai precisamente... na pior altura do ano... mesmo no final de julho... provavelmente passando assim ainda mais despercebido... do que normalmente poderia passar, se fosse lançado em época comercial mais favorável, digo eu...
mas será que haverá algum resquício comercial neste registo... nesta obra que se vai construíndo?...
e isso importará aos breathless?... muito? pouco... ou nada.

vou ouvir de novo o eterno every road leads home... 
e logo de seguida o novíssimo i watch you sleep... 
que a tradição mantém-se desde sempre e como sempre... que isto hoje...
e ao contrário desta fotografia ternurenta... não está para acalmias...
isto hoje não está para grandes acalmias...

 


terça-feira, 9 de agosto de 2022

vivo por estar vivo > looking for the words | breathless





















vivo por estar vivo > looking for the words | breathless


destrói-se a vida assim... por vezes.
com coisas inexistênciais...
vejo imensa gente entretidos em qualquer vão de escada a jogar nos telemóveis... qualquer jogo de cartas... apenas para passar o tempo que sobra de uma refeição rápida... qualquer paciência já feita apenas por vício e rotina e impaciência para com o tempo, para com a vida.
qualquer écran... qualquer computador... qualquer televisão são sinónimo e sintoma de demasiada ausência de tempo... e vida.

será que na vida não existe nada mais interessante para fazer... do que nada fazer...
siimplesmente os dias passam e sucedem-me... e a vida gasta-se... consome-se desta forma desnecessária e inútil... e desgasta-se... 

a nossa simples e efémera existência merecia uma melhor vivência... do que uma mera e pálida coexistência.
por vezes, demasiadas vezes... destrói-se a vida assim...

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

literalmente magia > see those colours fly | breathless
















literalmente magia > see those colours fly | breathless 


estou encantado.
literalmente encantado.
estou assoberbado com esta qualidade. de música.
estou cheio... pleno.
repleto.
de momento basta-me. este registo.
de uma simplicidade. de uma maturidade.
os breathless sempre foram bons, literalmente muito bons.
mas durante muito tempo tentaram, creio... integrar-se... no meio. "na onda" diria mesmo estupidamente...
mas blue moon trouxe ares de mudança. de afirmação. de segurança.
selaram um compromisso com eles mesmo... personalizaram-se em definitivo... e deixaram de se preocupar... com todos os outros que igualmente iimagino, dolatravam.
e tornaram-se únicos... mas sobretudo importantes.
behind the light foi o selar dessa mesma afirmação... registo intemporal... homogéneo e íntegro... distante do mundo e das modas...
green to blue era já de uma dimensão... inalcançável diria mesmo... de uma genialidade apenas ao alcance de muito poucos...
tal como o robert smith cedo se apercebeu que após a trilogia seventeen seconds... faith e culminando em pornography... estava encerrado o campo improvável de alcançar...  
nada mais havia a alcançar... a dizer... que não de forma esporádica.
não se constroem obras primas todos os dias, todos os anos... todas as décadas. 

será que ainda há em dominic appleton algo mais reservado... após este ano de excepção... onde pululam temas como estes que habitam em see those colours fly... ou mesmo no seu contributo em starlight assembly... e esse imperial e improvável tema chamado look what we've wasted.

após três registos na década de 80...
apenas dois nos anos 90...
e mais três neste século... onde se incluem o magnífico behind the light... o soberbo green to blue... e agora este igualmente sublime see those colours fly...
pergunto... 
será preciso mais alguma música do que esta que agora mesmo oiço?