coerência > i had no dream | bing & ruth
coerência. a coerência existe.
temos... devemos ser coerentes. todos, todos nós.
mas nem sempre...
muitos hesitam... outros tantos deixam-se cair nas malhas da tentação...
e aí se desvanece a coerência.
verdade seja dita... é corrente, a generalidade não é coerente...
provavelmente nunca o foi... jamais o será.
coerência, a coerência existe.
assim como a falta de personalidade...
que grassa mundo fora...
só assim se poderá entender a massificação dos produtos... dos objectos... dos tempos.
não falo de gosto... o gosto é muito subjectivo...
o desgosto já nem tanto...
porque ao não serem coerentes...
as pessoas não têm, deixam de ter poder de decisão...
a decisão está tomada... é o que a maioria decidir...
essa é a regra... da modalidade em voga, a moda...
trinta anos depois repetem-se os aos oitenta...
quarenta anos volvidos repetem-se os anos setenta...
essa é a sentença, provavelmente ditada por uma minoria.
detenham-se e tenham um pouco de vergonha.
um pouco mesmo, por muito pequena que seja essa mesma vergonha...
é possível que surja algum vislumbre de pudor... de embaraço...
de pejo de ser livre e deixar de existir em multidão...
despersonalizados... automatizados e uniformizados conforme a sociedade pretende e propõe...
eu por mim vou ficar aqui a um canto a observar...
e posso simplesmente ouvir o 12 do ryuichi sakamoto... derradeira investida em vida, quando infelizmente já se adivinhava condenado a um minúsculo período de existência... disco maior e provavelmente introspectivo acerca desta nossa passagem e breve existência terrena...
ou optar pelo no home of the mind de bing & ruth...
porque a seguir irei certamente ouvir o species igualmente de bing & ruth...
em qualquer dos casos ficarão bem entregues...
e certamente distantes de uma qualquer incoerência...
sejam coerentes, a coerência existe...
ou simplesmente... há lá coerência possível...