quarta-feira, 28 de agosto de 2019
















doença > the disease | echo & the bunnymen


doente...
em doença. 
a vida leva-nos, e encaminha-nos para o fim...
a vida é também e sobretudo esse meio.
que termina sempre com o mesmo fim.
no fim... o fim.

a vida leva-nos, e encaminha-nos para a morte...
a vida é acima de tudo esse meio.
que termina sempre com o mesmo fim.
o fim... no fim.

domingo, 25 de agosto de 2019





















serenidade > sodus | cemeteries



a que se assemelha a tranquilidade?...
apenas a isto.
a uma audição sequencial de barrow dos cemeteries...
e peço novamente desculpa ao kyle j. reigle... 
porque a ele se devem efectivamente os cemeteries... banda de um membro apenas.
e digo eu... mais nenhum elemento é aqui preciso... basta esse músico solitário.

a que se deve a serenidade?...
provavelmente a discos assim também...
que tudo serenam e tranquilizam... sobretudo desaceleram e acalmam...
e discos assim, repito... devem ouvir-se do princípio ao fim... sem desculpa alguma... nenhuma.

desde o início com procession... 
a toda a sequência magistral e mágica que se lhe sucede... nightjar... luna... can you hear them singing?... cicada howl... I will run from you... empty camps... o popular sodus... terminando em our false fire on shore...

a que se assemelha barrow dos cemeteries?...
a toda essa sobriedade que perpassa e apenas permite ouvir... desejar ficar a ouvir continuamente... em loop, como se no mundo nada mais existisse...
e existe.

sábado, 24 de agosto de 2019


apenas, ou apesar > the figurehead | the cure



a que soa um grande disco?...
com que se parece um grande disco?...
a nada, com nada, digo eu.
no limite discos e músicas assim podem soar a pouco... muito pouco.
simplesmente porque tudo contêm..

faith... terceiro registo dos the cure... é um álbum hermético... um mausoléu sufocante... que não deixa ninguém indiferente... e quase chega a sufocar...
o pornography é diferente. é um murro no estômago que não se esquece mais.
desde o seu início com one hundred years... até aquela sequência inesquecível de the figurehead... a strange day... cold... encerrando com pornography... que em nós tudo revolve e penetra... não deixando ninguém indiferente.
diferente, sim.
após audições desta dimensão e intensidade... é-nos impossível a indiferença...
são registos que mexem connosco... que agitam e remexem as nossas convicções... que revoltam e modificam as nossas certezas e crenças... e tudo induzem e deixam na dúvida... numa imensa dúvida.

sõa registos assim, de uma intensidade e densidade que não permitem a indiferença.
são registos assi que igualmente nos marcam... companhia e companheiros para a vida...


terça-feira, 20 de agosto de 2019




porque > favour | the wake

porquê?... pergunto eu.
porquê a distância... a ignorância gerada em torno dos the wake... dos section 25... dos names... dos... sei lá, crispy ambulance... lowlife... the comsat angels... the wolfgang press... magazine... the montgolfier brothers... houses... july skies, epic 45, breathlesscemeteries e por aí adiante... podia tornar-se exaustivo... podia tornar-me deveras exaustivo.
porquê?...

por falta de qualidade é que não é de todo...
porquê esta falta de atenção... esta atitude de geração... esse desinteresse e desleixo mesmo que chega a ferir...
por falta de capacidade, de todo que não o é...
bandas assim... construiram modelos sérios, de grande maturidade... e qualidade.
senão oiça-se tão simplesmente o harmony... a light far out... repletos e recheados de melodias sublimes e majestosas... provavelmente apenas ao alcance do ouvido de alguns... 
debrucemo-nos na continua tranquilidade de a light far out... no inconformismo de harmony... na cedência de permanent sleep... ou até mesmo na raiva e resistência de the plateau phase... ou apenas na aceitação e experimentalismo de always now...
o que têm estas bandas em comum para além de uma beleza incomum... melodias sérias e serenas... e carreiras ignotas e ignoradas pelo comum humano...
como é possível ficar indiferente a músicas como a light far out... ou moved to tears...
ou como resumia o peter walsh nesse mágico portento dos piano magic...
for once, will you please try
and pay attention to your life

como e porquê... pergunto eu...
simplesmente porque...

domingo, 18 de agosto de 2019



sério > without mercy | the durutti column

agora é sério.
agora é a sério. mesmo.
agora é mesmo a sério.
simplesmente porque vamos falar dos the durutti column... mas sobretudo porque se fala de without mercy.
revelo-o aqui em primeira mão.
quando recebi das mãos do meu pai essa  pérola que simplesmente desconhecia... e que dava pelo nome de... the return of the durutti column...
passo a explicar, deixem-me explicar...
sou de outra época. 
sou de uma outra época... uma época escassa em tecnologia. e informação.
e assim sendo... as formas de conhecer... dar a conhecer e descobrir... novas bandas... e novas formas de música, eram outras... e a descoberta também acarretava um certo grau de risco.
apostar em discos e bandas que mal conhecíamos... apenas uma ou outra melodia... o estar integrado em determinada editora... os produtores mesmo... ou tão simplesmente o feeling das próprias capas e artistas gráficos...
estranho... parece estranho... mas não é.
era assim também.

mas, retomemos os the durutti column.
após o primeiro álbum... à  época muito ignorado... surge LC... esse portento com dedicatória inclusive ao ian curtis... e logo de seguida... another setting... igualmente majestoso e melancólico... sublime mesmo, deixando antever... um ano de 1984 muito promissor.
e without mercy no entanto... tudo gelou... tudo quebrou.
após registos consecutivos seguros e em crescendo... eis que surge um inesperado disco... conceptual... à moda antiga...
cada lado do disco... uma música... num todo a fazer lembrar a tendência dos anos 70...
provavelmente também demasiado conceptual... monocromático...
seguidor... de uma tendência que ninguém desejava ou ousava seguir...
esse era o princípio a esquecer... mas, não. without mercy remexia com o passado... e isso aos olhos de uma geração revolucionária era no mínimo enorme heresia...

confesso... quando o recebi, gostei da capa, de grafismo... sobretudo da estética e do cartão, do qual ainda hoje relembro o cheiro...
o disco... mal o ouvi... pareceu-me pretencioso... demasiado experimental, mas no mau sentido mesmo...
simplesmente depositei-o na prateleira... registado por data... na curta discografia que dos the durutti column possuía...
não cheguei a odiá-lo... detestei-o apenas... e fiz por o esquecer.

regressei mais tarde... anos volvidos...
e passou a ser peça imprescindível... um dos melhores mesmo, de uma obra discográfica maior...
tem-me sido um aliado, ao longo do tempo... companhia mesmo. de confiança.
descobrira que sempre que saía um novo registo dos the durutti column... era apanágio não ter imediata empatia... simplesmente não o achar importante...não gostar mesmo.
esse era o princípio da sua grandeza e futura importância...
para mim... em mim, com os the durutti column sempre foi assim...

agora é sério.
agora é a sério. mesmo.
mesmo muito a sério, mesmo.





segunda-feira, 12 de agosto de 2019













castigo > empty camps | cemeteries


como em castigo.
como se de um castigo se tratasse.
e trata-se.
efectivamente estou. em penoso castigo.
e, sinceramente nunca me senti tão assim.
tão agastado... tão desgastado.
sinto-me tão longe... tão distante de tudo o que reconheço e conheci...
como de castigo.
este em que me encontro.
em penoso sacrifício...
que acarreta um estranho e continuado sofrimento...
em que me enredo e afundo...
neste pântano que não deixa de se avistar...
sem solução.
em sofrimento.
num sufoco que me parte e colapsa...
e assim vergado... restam-me as melodias de cemeteries...


sexta-feira, 9 de agosto de 2019





demanda > inner drive | section 25



demanda.
essa acção... de procura.
em demanda... contínua e incessante... que não permite descanço.
uma busca permanente... um desígnio, um intento que não permite respirar...

esse aperto constante... que preocupa... e não acha... solução.
esse desespero abundante... que incomoda e não encontra outra situação...


demanda.
essa acção... de busca.
em demanda... incessante e contínua... que não permite descanço.

uma busca permanente... um desígnio, um intento que apenas permite sufocar...

terça-feira, 6 de agosto de 2019




do lugar onde estou > jar of echoes | piano magic 


no lugar onde estou.
no lugar onde estou, mas já me fui embora.
o tempo... uma fracção... ainda que uma constante.
e essa evidência observa-se... mas não chega... não me basta.

no lugar onde estou avista-se o mar...
lá ao longe... onde os barcos navegam... silenciosos, vagarosos... parecendo estáticos...
no lugar onde estou e me posiciono... ouvem-se as gaivotas... que trazem e devolvem à memória tudo o que se vê quando se avista o mar...

no lugar onde estou vem-me à memória essa estranha e doce melodia intitulada jar of echoes... piano magic...

no lugar onde estou, mas de onde já me fui embora.