segunda-feira, 15 de junho de 2015





















vingança pura > big bang | revenge



vingança. pura vingança.
porque se trata de vingança mesmo...
os revenge são a resposta vingativa do peter hook aos electronic de bernard sumner...
e não foi uma coisa muito fácil... ou simplesmente feliz.
tem dias.
algumas melodias são mais eficazes... outras nem tanto...
mas nestes casos pouco cerebrais de vingança... normalmente nem tudo corre bem...
se não veja-se o caso dos coitados dos outros dois... sim os the other two... que tiveram tanta falta de imaginação quanto isso... 
quanto isto, de se chamarem isso mesmo... os outros dois...
e no fundo eram mesmo os outros elementos que faltavam nesta guerra fratricida...
e também dali não veio nada de relevante... nada de extraordinário...
mas também sinceramente, não o seria de esperar...
como elementos mais fracos e ignotos da banda... e estamos a falar de um baterista e de uma pseudo-teclista... muito não seria efectivamente de se esperar...
eu, pelo menos, não...
mas quer os revenge... quer os electronic... e até mesmo os the other two, foram pálidas sombras dos new order... se assim se lhes pode chamar...
os electronic muito pop, ou não tivessem na sua encarnação elementos dos pet shop boys e the smiths... estes últimos que estranhamente nem sequer contaminaram os registos... 
os the other two... igualmente pop... mas mais sereno e discreto... como o casalinho no fundo sempre o foi... ainda que com uns laivos de new order à mistura...
os revenge... e talvez por pura vingança... muito mais rock... duro até em alguns momentos... muito próximo da imagem de tocar baixo do peter hook... assim ao género heavy... pesado mesmo.
mas também aqui há fantasmas da origem... e por vezes tudo acalma... e regressam essas sombras do passado presente...
ou não fossem os seus sucessores... os monaco... uma aproximação descarada dos new order... mas isso são outras histórias...
oiça-se então os revenge com essas capas dos discos a fazer justiça à música... pejadas de mulheres e motos... num ambiente muito similar... do rock duro...

sexta-feira, 12 de junho de 2015



novamente sem fôlego > goodnight | breathless


voltei, para falar de quem mais gosto...
e de que ainda aqui não falei.
falo dos breathless... e desse portendo chamado goodnight...
sim, eu sei... menti... deliberadamente...
foi apenas a vontade de regressar aos breathless... uma e outra vez...
foi propositado...
assim apenas, para ter assunto... como este...
e os breathless são sempre assunto... referenciais...
esta melodia repousa no blue moon... um disco como os outros... porque todos são igualmenet bons... 
e recorda igualmente os dois últimos registos... de enorme qualidade... ainda que ignotos... porque ignorados pela generalidade... pela totalidade das pessoas...
e não estou a exagerar... estou a ser muito realista...
sim, existem bandas esquecidas... ignoradas... ostracizadas...
que o digam... magazine... piano magic... cindytalk... entre tantas outras... no-man... lowlife... the comsat angels... e fico por aqui para não me exaltar...
aconselho este registo como poderia sugerir o behind the light e tudo o que ele encerra... e o green to blue... e até mesmo o chasing promises... e até e porque não... todos e qualquer um outro.
a escolha será neste particular, e como já devem ter reparado... mesmo o mais difícil. de decidir.


















silêncio > this time of night | newOrder


faça-se silêncio... 
faça-se silêncio, mesmo.
para se escutar this time of night dos newOrder...
sim, imagino... com esta sugestão de imagem estavam à espera do jetstream...
não... nada, mais óbvio...
aqui fala-se de this time of night... como se poderia falar de elegia (na sua versão longa) e hipnotizante...
o low-life foi... é um disco especial... sereno...
a começar pela capa... inédita...
pela primeira vez surgiam fotos dos próprios... ainda que enigmáticas...
porque não identificadas... desfocadas mesmo... a fazer lembrar o pornography dos cure... mas com um atraso de 3 anos... mas isso são outras histórias nesta estória...
e havia mais... uma sombria capa de vegetal que envolvia toda a embalagem... e tornava tudo ainda mais dissimulado... porque menos legível...
é u disco atípico... porque sereno... calmo mesmo... distante do boliço da pop... e dos singles contemporâneos...
existe aqui o fantasma de uma pop electrónica... que se viria a afirmar... que se viria sobretudo a confirmar... na obra dos newOrder...
apenas o sub.culture destoa, se assim lhe posso chamar... intranquilizando a tranquilidade que perpassa todo o disco...
desde love vigilants até à árida elegia tudo é impossível neutro... porque belo.
faça-se então silêncio para ouvir os newOrder...




























solene. mesmo > small metal gods | david sylvian



agora é sério. 
agora é a sério mesmo. porque falamos de david sylvian.
porque falamos de uma obra séria, segura.
porque falamos de um autor que foi evoluindo no meio... e ganhou credibilidade e o respeito... dos que lhe mereciam respeito.
aqui fala-se sobretudo de seriedade. não que a sua música seja solene...
mas um autor que denomina um disco seu com o singelo título de approaching silence... acho que diz muito, acho que diz tudo.
resume-se assim a obra de um músico. pela sua grandeza... e sobretudo pela sua honestidade e frontalidade.
no mundo pop não existem muitos músicos com esta dimensão... 
a da utilização do silêncio como parte integrante do som...
a ideia do silêncio como peça fulcral da música em si...
porque efectivamente se o som se faz valer... ao silêncio deve também o seu reconhecimento...
e na obra de david sylvian isso é por demais evidente... a aproximação ao silêncio como parte fundamental na composição...
os seus registos afastaram-se da pop... e se ele sabe compor singles, senão veja-se o caso de red guitar... silver moon... heartbeat e blackwater... para citar apenas alguns exemplos...
no entanto o seu percurso tornou-se mais linear... erudito mesmo.
não é que a sua estrutura de composição fosse fácil e imediata... apenas aprofundou essa matriz erudita... e tudo se tornou menos acessível e mediático...
já nos anos 80 com alchemy... e sobretudo com plight & premonition e flux+mutability ensaiava o que agora se tornou por demais evidente...
momentos raros e introspectivos... onde o silêncio reina...
mas onde pérolas como i surrender... darkest dreaming... small metal gods e where's your gravity... continuam a existir, e onde apenas os mais distraídos não as reconhecem.
poucos compositores estão à altura destas melodias... e ainda menos são os que as conseguem construir...
mas ainda menos são os que conseguem reconhecer-lhes o devido valor...
solene. mesmo.

quinta-feira, 11 de junho de 2015






















hoje e só hoje > a sullen sky | lowlife


a que propósito vem isto, interrogar-se-ão alguns...
eu explico, passo a explicar...
na sequência do here comes everybody dos the wake... também o diminuendo é um disco meu!
feito à minha medida... diria mesmo, feito para mim!...
do princípio ao fim... todo muito coerente... íntegro e maturo.
a fazer lembrar o closer dos joy division... e alguns... faith dos the cure... tantos outros... pornography... all fall dawn... dos the sound... movement dos new order... always now... section 25... para mencionar apenas alguns...
os lowlife sempre foram muito coesos... íntegros e constantes...
cada disco é um portento à sua maneira...
existe uma coerência imensa em todos eles... e mesmo entre eles...
a voz... o baixo... a secção rítmica... a atmosfera gerada é serene e honesta.
isso, sobretudo é muito honesta a música dos lowlife... seja lá o que isso possa significar... 
mas os lowlife são... foram sobretudo isso...
músicas serenas e pessoais... feitas para alguns de nós... para mim.
como esta que agora mesmo oiço... e desde a primeira audição me marcou...
a sullen sky de seu nome...























por vezes > o pamela | the wake


por vezes... raras vezes há discos assim. como este.
discos que se assemelham... a nós.
que parecem ter sido feitos propositadamente para nós. apenas para nós.
diria mesmo... nossos.
e este é um desses registos... meus... desde sempre, desde o início.
desde a primeira vez que o ouvi... acabado de adquirir...
e nunca foi um disco fácil de encontrar... na sua época...
agora... agora a estória é diferente... basta uma rápida pesquisa... e dinheiro... para o ter em qualquer formato...
nesse tempo... nesse tempo, não.
haviam rumores da eminente saída de um disco... imaginava-se se já estaria disponível... se já era possível adquiri-lo... e onde se venderia...
esse também o seu valor.
por vezes a dificuldade em encontrá-lo... o tempo de espera... 
o próprio ritmo de edições... quer de bandas, bem como de editoras...
o formato, normalmente único... sem reedições... misturas... remasterizações... ou capas alternativas...
por vezes... muitas vezes... quase sempre era assim.
e quanto mais diminuta a editora... menor a dimensão da edição... e assim sendo, a raridade...
termo que hoje em dia não faz sentido algum... tudo é possível... 
tudo é passível de encontrar... num instante.
já não há tempo... já não há momento. de espera.
e o imaginário disparava nesse vazio de espera... onde tudo se desejava... e imaginava.
assim sendo fico a ouvir esse registo feito também para mim...
here comes everybody... os the wake... 
e que viaja por melodias tão serenas como... o pamela... send them away... sail through... melancholy man... torn calendar... all i asked you to do... e obviamente here comes everybody...

segunda-feira, 8 de junho de 2015















energia outra vez > big river | bill nelson



não sei.
sou sincero. não sei o que me passou pela cabeça... 
não sei mesmo...
mas desde manhã que oiço registos sequenciais do bill nelson...
e é como se tudo outra vez carregasse a memória... 
dessas imagens... desse tempo, que não este.
estas melodias soam bem... acredito, sempre o soarão...
mas estão inexoravelmente perdidas no tempo... que não este tempo.
outro tempo que não volta.. 
porque pertencem a esse tempo... que já se acabou... 
extinto... esquecido... 
adormecido... com todas as pessoas que já se extinguiram...
e resta a memória... desses rostos que agora recordo... ao som desta música que acredito... é de um tempo, que já não este.
e para o confirmar, basta ouvir... big river... signs and signals... eternally... ou tão simplesmente the heart has its reasons...


sexta-feira, 5 de junho de 2015

















há uma luz que nunca se apaga > your love leaves me colder | future conditional




hoje oiço mais... hoje, oiço substancialmente mais música...
já me debrucei sobre os new order... os violet indiana... lisa gerrard... section 25... piano magic... the wake... the associates... isolation ward...  até os psychedelic furs... e agora estagnei, se assim lhe posso chamar... nos future conditional.
deliciei-me com as melodias... mas sobretudo com as homenagens...
desde os omd... passando pelos new order... e echo and the bunnymen... até algum rock mais inesperado, mas mesmo assim inspirado... tudo ali habita...
também não é para menos...
juntar vozes que residem nos klima... trembling blue stars... piano magic... nouvelle vague... the wake... windsor for the derby... não poderia dar mau resultado. necessariamente não.
e o registo próximo de uma electrónica mais suave... mais rude até por vezes... prende-nos... até pelas familiares vozes e sons...
e assim ficamos a ouvir os fantasmas... de blue monday... never stop... the walk... através destas músicas que glen johnson construíu como tributo aos seus alicerces...
oiça-se portanto e novamente... your love leaves me colder... future conditional.

quarta-feira, 3 de junho de 2015






















para surpresa de muitos > at the end of the line | disco inferno

sim, eu sei... que ficaram surpreendidos...
mas antes que digam algo... deixem que vos diga... não que seja uma estratégia... ou antes uma defesa...
decidi falar aqui dos disco inferno... simplesmente porque estive a revisitar a sua obra...
e sinceramente confesso... demorei-me mais nos eps... do que no álbuns.
e oiço repetidamente o quarto ep... o second language... onde repousam belas melodias... mas sobretudo essa que todos os fantasmas contem...
dá pelo nome de at the end of the line... e aí residem... restos, fragmentos... destroços mesmo... dos wire... durutti column... piano magic... cure... e porque não dizê-lo... joy division mesmo. muito.
este ep, transmite uma serenidade que os disco inferno por vezes tão bem sabem transmitir... essa estranha serenidade entrecortada de um caos difuso... que normalmente é transversal à sua obra...
e essa música em particular... onde se concentram e condensam todos os fantasmas... resíduos de sons intemporais... que aguardam que alguém os oiça e observe... e capte... e onde habitam os referidos wire... felt... durutti column... bark psychosis... entre tantos outros passíveis de recordar...
fico novamente a ouvir... at the end of the line... disco inferno... até para minha própria surpresa...