quarta-feira, 18 de maio de 2016





o silêncio > tyrant destroyed | twin shadow

no silêncio...
na quietude... na distância até...
o silêncio instala-se... aquando do afastamento...
digo... que sonhei com uma serenidade... próxima da morte...
porque a morte tudo tranquiliza... serena... acalma.
tal como a tranquilidade após a tempestade...
vive-se disso... alimenta-nos e consome-nos...
a violência de tais momentos... contrasta... com a ausência e o vazio que se instala...
mas igualmente amortece... e entorpece...
qual corpo dormente e adormecido...
agastado por tamanha inquietude... e estranheza...
e segredo-te... o silêncio que se instala... junto com a vontade de isolamento... e solidão até... quando já não há forças para combater o sofrimento... mas sobretudo o vazio que perdura... 
há uma vontade... uma ausência de vontade... uma imensa inércia... e um enorme vazio... vácuo mesmo... porque impossível de preencher...
quando uma pessoa parte... nada a substitui... e essa lacuna perdura... para sempre...
esse é um espaço vazio... para sempre vazado em nós... que será sempre impossível de preencher... porque tudo o que constitui e constrói a nossa existência... enriquece-a e 

alguns dão-lhe o nome de saudade... eu chamo-lhe destruição...
porque é algo irreparável... insubstituível...
é quando nos sentimos destituídos... descrentes de sentimentos... 
por tamanha provação e sofrimento...
acredito... acredito que quando os sentimentos são testados a um limite inimaginável... se dissolvem... e nos devolvem um vazio... perante a ausência...
na quietude e distância...pelo irreparável afastamento...
fico a ouvir twin shadow... tyrant destroyed... melodia melancólica que também fala de ausência... vazio... e nos cerca de uma imensa tristeza...
o silêncio e a introspecção após a partida...
e só no verdadeiro afastamento assumimos a dimensão... da perda.



sexta-feira, 6 de maio de 2016

















todos os barcos devem estar no mar > could you? | he said

sempre foi assim.
nem sempre foi assim...
estou agora mais preparado para a morte.
a minha. para a minha morte. creio.
não sei o que te diga.
todos nós sabemos que desde o dia em nascemos essa é uma inevitabilidade.
é uma questão de tempo. de fim.
é sobretudo uma questão de tempo.
o tempo que por cá andamos.
não se acredita nas coisas... nessas coisas...
até se passar a acreditar.

não posso dar-lhe um nome, como sabe...
acredito que todos os barcos devem estar no mar...
que é o seu sítio... o seu desígnio natural...
para isso existem... para isso foram concebidos...
não será acaso o bobby wratten ter cantado isso mesmo... and all the ships at sea...
todos os barcos no mar... o seu habitat natural... 
o lugar onde devem estar... o seu destino...
como o nosso... esse será sempre o nosso desígnio... o nosso fim...
por mais que o queiramos adiar... alterar... simplesmente enganar...
não se pode enganar o fim...
o fim existe... e está e estará sempre nesse mesmo estranho lugar... no fim.
de tudo... em tudo o que isso seja...
e no fim resta nada...
nada... porque não deverá haver lá nada...






segunda-feira, 2 de maio de 2016














uma e outra vez > the choicest view | modern english


por vezes é assim... também é assim.
incómodo e estranho...
talvez até demasiado estranho para contar. para ser passível de ser contado.
e inibe. inibe-nos de simplesmente relatar os factos.
a intimidade preserva... a partilha igualmente...
a cumplicidade é assim... secreta e segura... 
a conivência... a fidelidade... como que uma partilha em segredo...
a experimentação... o comprometimento...
sobretudo a sintonia... que apenas existe quando há lugar ao tempo...
sem tempo não há lugar ao conhecimento... ao reconhecimento. do outro.
sem tempo não há lugar à sintonia... à familiaridade... ao toque...
sem tempo não há lugar ao momento.
sem tempo não há lugar ao comprometimento.
sem tempo não há reconhecimento...
em última instância... sem tempo não há lugar ao tempo.